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Março Azul

Março é considerado o mês da conscientização da importância da prevenção do câncer colorretal em nível mundial e a este mês se vincula a cor azul. 

A ideia é aproveitar este mês de março para difundir a importância da prevenção do câncer colorretal, através da prevenção primária e secundária. 

A prevenção primária inclui uma série medidas que visam a remoção de causa e fatores que implicam na elevação da incidência do câncer colorretal tais como tabagismo, alcoolismo, obesidade, sedentarismo, carnes vermelhas, dieta pobre em fibras… 

Por outro lado, a prevenção secundária é realizada através de técnicas de rastreamento que buscam diagnosticar lesões benignas com potencial de transformação para câncer ou estes já instalados, mas em fase precoce e ainda com boas chances de cura. 

Distintamente dos exames diagnósticos que são utilizados para o esclarecimento da causa de determinados sintomas, como sangramento, mudança do hábito intestinal, desconforto abdominal, perda de peso e anemia que ocorrem em fases mais avançadas com prognóstico reservado, o rastreamento é definido como a busca de doença em pessoas assintomáticas com a finalidade de se diagnosticar alterações pré-malignas ou o câncer em fase inicial cujo tratamento possui melhores resultados. 

Os critérios para rastreamento de determinada doença estão estabelecidos e o CCR serve como modelo por apresentar características que se enquadram a esses preceitos:   

  • Doença representa problema relevante em Saúde Pública.   
  • História Natural bem estabelecida.  
  • Período pré-clínico bem definido (assintomático) e com duração em que possa ser diagnosticado como lesão pré-maligna (pólipos serrilhados e adenomatosos) ou lesão maligna precoce.  
  • Benefícios para o paciente e para a saúde pública vindos da detecção precoce e do tratamento devem ser maiores do que aqueles vindos do diagnóstico regular. 
  • Testes de Rastreamento disponíveis, aceitáveis e confiáveis. 
  • Custos compatíveis com o investimento no Sistema de Saúde. 
  • Rastreamento como processo contínuo e sistemático.  

Para o sucesso na implantação e implementação de um Programa de Rastreamento e do Câncer Colorretal fazem-se necessárias algumas características: 

  • Evidência Científica da Eficácia, Efetividade e Eficiência;  
  • Recursos Suficientes (Humanos, Equipamentos, Tecnologia e para a estrutura e logística da gestão nacional e regional do programa); 
  • Suportes para: o Confirmação Diagnóstica (Endoscopia-Anatomia Patológica) o Tratamento a ser oferecido (Endoscópico e/ou Cirúrgico) e o Vigilância epidemiológica e Seguimento dos pacientes até limite definido da faixa etária (Endoscópica). 
  • Prevalência importante que justifique o Custo; 
  • Metas assistenciais estabelecidas a serem atingidas; 
  • Monitorização dos resultados, replanejamento e ajustes; 
  • Política de educação permanente para todos os atores envolvidos no programa de prevenção de mortalidade pelo câncer colorretal; 
  • Estar inserido como política de saúde pública, baseado na atenção primária à saúde;  
  • Forte comunicação com a população, com ampla divulgação e esclarecimento sobre a necessidade de participar das ações de prevenção da mortalidade pelo câncer colorretal. Existem evidências consistentes na literatura médica 

A importância do rastreamento do CCR fundamenta-se não somente na possibilidade do diagnóstico precoce, mas, sobretudo no impacto da retirada por endoscopia de lesões pré-malignas, o que reduz em mais de 50% a mortalidade relacionada a esta neoplasia. 

Existem várias táticas para o rastreamento do câncer colorretal no que tange aos exames utilizados e faixa etária que deve ser incluída nos programas de rastreamento. Na maioria dos programas o rastreamento se inicia aos 45 ou 50 anos e se estende até os 70 ou 75 anos através da pesquisa de sangue oculto nas fezes. Somente pessoas com exame positivo são encaminhadas para colonoscopia. 

Os benefícios do rastreamento do CCR foram reconhecidos há quatro décadas quando se observou o declínio da incidência do CCR a partir da década de 1980. O rastreamento de pessoas com risco médio, isto é, aquelas que não têm antecedente familiar de CCR, reduz a incidência e a mortalidade decorrente deste câncer. 

Acompanhe todas as iniciativas da SOBED durante este mês. 

Comissão de Ações Sociais SOBED 

Fonte: https://www.sobed.org.br/sobed-comunicacao/noticias/single/nid/marco-azul-a-importancia-da-prevencao-do-ccr/